Banda Wildchains e o uso da língua inglesa como tática de carreira musical

COLUNISTA: Rodrigo Lamore
Eu particularmente não gosto de utilizar a língua inglesa em minhas composições, apesar de, no passado, sim. Atualmente penso que devo dar mais enfoque ao idioma oficial do meu país, Brasil, como uma forma de valorização, fortalecimento de mercado e soft power brasileiro. Mas, ao mesmo tempo, acredito que seja radical da minha parte condenar qualquer iniciativa contrária a isso, especialmente quando se trata de diferentes maneiras de trabalhar e estruturar as estratégias e táticas das carreiras musicais das bandas de rock, espalhadas pelo mundo, inclusive do Brasil, como Sepultura e Angra. Nesse artigo vou expor uma pequena análise quanto aos artistas oriundos da Europa não falantes do inglês.
A banda de Portugal Wildchains é um exemplo. Todas as suas canções são em inglês. Nas suas redes podemos ouvir trabalhos como: Chaotic Needs, I Lie, Waterfall e a mais recente: Another Lie, que aborda de forma filosófica e poética, sobre a morte. Todos os arranjos, letras, instrumental, performance, produção musical são impecáveis e merecem todo o reconhecimento do público. Mesmo com pouco tempo de estrada, tendo iniciado em 2021, já desponta como uma ótima promessa dentro do cenário do rock português. E além de todos esses aspectos que jogam à favor à sua carreira, há também esse elemento que pode servir como mais um empurrãozinho para o estrelato internacional: as letras em inglês.
Tivemos uma próspera experiência em dias atuais, com uma banda da Itália, Maneskin, que da mesma forma, optou pelas composições na língua de Shakespeare (ou do Tio Sam, dependendo do ponto de vista), como uma forma de ganhar mercados além do território do seu país de origem, já que o Inglês ainda é o idioma universal no mundo. Não sei exatamente qual foi o impacto dessa banda no planeta inteiro, mas pelo menos no Brasil, a sensação era de que eles estavam ressuscitando o rock mainstream da cova.
Assistindo aos clipes da Wildchains no seu canal do Youtube, com a minha maneira particular de apreciar as obras artísticas de fora, senti falta de algo que fizesse referência a Portugal. Talvez, algumas imagens de pontos turísticos inseridos nos vídeos, ou alguma passagem nas letras em português pra variar; algo que serviria, como se diz no Brasil “marcar território”. Mas são apenas detalhes que, provavelmente sejam irrelevantes, dado o talento e profissionalismo da banda que, tem tudo para ser uma espécie de Maneskin português.
Aproveita e assista agora o novo clipe da banda Wildchains aqui:
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